domingo, 11 de setembro de 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 





LUCIANA LEMOS DOS SANTOS






 O BRINCAR: INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS DO GRUPO 05
 







                                                                                              








Salvador

2016
LUCIANA LEMOS DOS SANTOS





O BRINCAR : INSTRUMENTO  DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS  DO GRUPO 05







Pesquisa apresentada ao Programa de Pós-Graduação para Especialização em Docência na Educação Infantil, da Universidade Federal da Bahia,  como exigência para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil.

Orientadora: Professora  Edna Rodrigues de Souza













Salvador
2016







Luciana Lemos dos Santos
 
 
O Brincar: Instrumento  de Aprendizagem para as Crianças  do Grupo 05



      Monografia aparentada com exigência para
 obtenção do título de Especialista em Docência na 
Educação Infantil na FACDE – Faculdade 
e Educação da UFBA – Universidade Federal da Bahia.




Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 18/06/2016,  pela comissão julgadora:


BANCA EXAMINADORA


Profª Drª Jocenildes Zacarias Santos
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Grupo de Pesquisa FORMACCEINFÂNCIA

Professora  Edna Rodrigues de Souza
Universidade Federal da Bahia – UFBA

RESUMO


O estudo da pesquisa, o brincar: instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05, visa descrever uma rotina de atividades com o brincar no ambiente da educação infantil, por consequência da desvalorização ou não compreensão da importância do brincar para o desenvolvimento da criança. O brincar para as crianças apresenta uma linguagem de fácil assimilação, desta forma, a criança comunica-se e se expressa ao interagir com o outro protagonizando, imaginando e aprendendo sobre o mundo que o cerca. O  objetivo da pesquisa é relatar de que forma o brincar pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor. O objeto de estudo é o ambiente da educação infantil na turma do grupo 05, situada na Creche Escola Viver Bem de Pirajá, localizada na comunidade do Conjunto Pirajá. A questão apresentada é o brincar dentro de uma ONG – Organização não Governamental. Para fundamentar este estudo a pesquisa apresenta no referencial teórico os seguintes autores: Campos (2008), Edwards; Gandini e George (1999), Friedmann (2012), Kishimoto (1998), Macedo (2004) e (2003), Taille (1992), bem como o Referencial Nacional para Educação Infantil (1998). Os capítulos abordam uma analise da pesquisa e da trajetória  acadêmica: um brincar interrompido o memorial na qual colocando-me como pesquisadora faço revelações sobre o brincar e suas consequências para a prática no ambiente da educação infantil grupo 05, este memorial também foi apresentado na Graduação de Pedagogia e deixo as referências. A contribuição dos autores e trabalhos visa identificar o brincar no ambiente da educação infantil do grupo 5. A metodologia escolhida é a etnopesquisa, por se tratar de um ambiente de trabalho da professora pesquisadora.


Palavras - chave:  Educação Infantil; Brincar; Pedagogia.













ABSTRACT


The research study, the play: learning tool for children in group 05, aims to describe an activity routine with play in the children's education environment, as a result of the devaluation or no understanding of the importance of play for children's development. Playing for children features an easy to assimilate language in this way, the child communicates and expresses itself to interact with the other starring, imagining and learning about the world around him. The objective of the research is to describe how the play can contribute to building a better society. The study object is the environment of early childhood education in the group class 05, located in the Nursery School of Living Well Pirajá located in Pirajá Set community. The question presented is the play within an NGO - non-governmental organization. To support this study the research presents the theoretical framework the following authors: Campos (2008), Edwards; Gandini and George (1999), Friedmann (2012), Kishimoto (1998), Macedo (2004) and (2003), Taille (1992) and the National Framework for Early Childhood Education (1998). The chapters cover an analysis of research and academic career: A play interrupted the memorial in which putting me as a researcher make revelations about the play and its implications for practice in early childhood education environment group 05, this memorial was also presented at Graduation Pedagogy and leave references. The contribution of the authors and work aims to identify the play in early childhood education environment group 5. The chosen methodology is etnopesquisa, because it is a researcher teacher working environment.

Key - words: Early Childhood Education; Play; Pedagogy.













SUMÁRIO




1  INTRODUÇÃO.............................................................................................................................06
  2  ANALISE DA TRAJETÓRIA  ACADÊMICA: UM BRINCAR INTERROMPIDO..09
  3  A ETNOPESQUISA  E O BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA  
 AUTONOMIA DA CRIANÇA......................................................................................................14
4 OBSERVANDO O BRINCAR NO AMBIENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL........................22
 5 ANALISE DOS DADOS...............................................................................................................32
CONCLUSÃO....................................................................................................................................35
REFERÊNCIAS................................................................................................................................38
  APÊNDICE



  

  
1    INTRODUÇÃO

O problema que norteia o estudo da pesquisa é o brincar como instrumento  de aprendizagem para as crianças do grupo 05, tem como eixo central o brincar como ferramenta para o processo de aprendizagem, nessa perspectiva, compreende-se que o brincar é inerente do ser humano e estabelece relação entre brincar e aprender sendo capaz de ensinar com prazer.  O  objetivo da pesquisa é relatar de que forma o brincar pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor a partir das observações e o objeto de estudo é o ambiente da educação infantil na turma do grupo 05. A criança necessita encontrar na escola de Educação Infantil momentos que proporcione o aprendizado, sendo este, um ambiente favorável para brincar, pois, proporcionar essa oportunidade dentro do cotidiano da educação infantil levará a criança a fazer novas descobertas, experimentar outras sensações, conhecendo-se melhor e compreendendo o outro.
É no ambiente da educação Infantil que a criança interage a maior parte do período educacional, neste espaço a criança pratica o brincar para desenvolver habilidades, criatividade e uma aprendizagem significativa. Neste estudo focalizaremos na criança dentro do ambiente da educação infantil na turma do grupo 05. Quando apresentamos os autores Edwards; Gandini; George (1999) estamos trazendo informações a respeito do brincar por meio de desafios em uma época de pós-guerra, na qual os projetos ajudaram um país a educar seus alunos com os recursos produzidos pela destruição, os desafios dos professores contagiaram a educação no mundo inteiro, não sendo, assim, dentro do cotidiano da educação infantil na realidade vivenciada pela pesquisadora a impossibilidade de utilizar o  brincar como um recurso para ensinar. Esta pesquisa, ira estudar a criança no momento do brincar, para que melhor possa ser organizada a rotina do cotidiano da Educação Infantil, conduzindo as atividades do brincar para o aprendizado.
Neste sentido, a pesquisa mostrará a relação do brincar e sua contribuição como instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05.  O trabalho apresentado tentará responder as questões apresentada na pesquisa, na qual surgiu pela necessidade da organização do trabalho pedagógico dentro do cotidiano da Educação Infantil, sendo necessária para orientar esse estudo:
ü  Como estão inseridos o brincar na organização do trabalho pedagógico e no ambiente da educação infantil para a professora do grupo 05?
Reconhecer a importância do brincar no cotidiano da educação infantil como instrumento de aprendizagens significativas levando identificar a presença e a concepção de uma prática relacionada ao brincar, para tanto, faz-se necessário observar o brincar no cotidiano da educação infantil entre as crianças do grupo 05, após a observação, foi possível reconhecer a socialização das crianças no brincar  com outras crianças, sendo este o ponto de partida para descrever a contribuição do brincar como instrumento de aprendizagem. A observação do brincar aconteceu em diferentes momentos da pesquisa no que tange a importância do brincar para o desenvolvimento humano das crianças do grupo 05. Como pesquisadora, percebo que assumir o brincar para atividade principal dentro de etnopesquisa não é uma realidade fácil para a rotina da professora pesquisadora.
A pesquisa apresenta em seu primeiro capítulo uma analise da trajetória  acadêmica da pesquisadora atrelado ao brincar interrompido, que consequentemente exerceu influencia inconsciente ao aplicar as atividades para o brincar no ambiente da educação infantil. No segundo capítulo apresento a etnopesquisa e o brincar para o desenvolvimento da autonomia da criança, neste discurso relato a importância de uma história do brincar presenciada no decorrer da pesquisa, trago os autores que fundamentaram a pesquisa na qual fez-se necessário, devido as descobertas observadas a inclusão de outros autores.  Adentrando no terceiro capítulo  é apresentado o brincar a partir da observação no ambiente da educação infantil relatando passagens da infância e respondendo as questões que deram início ao desenvolvimento dessa temática. Consta no quarto capítulo o relatório dos dias designados para observação do brincar no ambiente da Educação Infantil. No quinto capítulo é apresentado os resultados encontrados durante a pesquisa. Para a conclusão, será apresentada a necessidade da continuidade desse estudo, para que um novo paradigma possa ser relatado mediante uma nova postura da Docente pesquisadora. Apresentando como objetivo: o brincar como instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05. A metodologia apresentada para o desenvolvimento da pesquisa será a etnopesquisa e os sujeitos pesquisados, são os meninos e as meninas da educação infantil do grupo 5.





2   ANALISE DA TRAJETÓRIA  ACADÊMICA: UM BRINCAR INTERROMPIDO

Início este capítulo analisando a minha trajetória acadêmica para chegar ao curso de Pós-Graduação, o brincar na minha trajetória sempre esteve em segundo plano, sendo este perdido depois do falecimento de meu avô paterno. O brincar na época em que  estudava na educação infantil foi se distanciando, em sala de aula somente duas crianças de Etnia Negra eu e meu irmão. Hoje compreendo o motivo.
Segundo Maria Malta Campos (2008), em seu artigo:
A criança faz parte da pesquisa cientifica há muito tempo, principalmente na condição de objeto a ser observado, medido, descrito, analisado e interpretado. Na educação, as pesquisas observam e analisam a criança na condição de aluno, geralmente no contexto da instituição escolar, e suas falas e produções são colhidas e interpretadas a partir de sua adequação ou não aos objetivos da escola. (CAMPOS, 2008, p. 35)

            Percebe-se que está vivência na fase da educação infantil, era de uma aluna-cliente e não de uma criança. Rememoro perfeitamente um momento em que eu e meu irmão entramos na sala de aula e sentávamos bem na frente da professora, um dia ela nos tirou da frente e fomos direcionados para o fundo da sala e lá ficamos até o final do ano letivo, que triste, na hora do recreio praticamente o brincar não existia, pois não me lembro desses momentos.
 Iniciou-se, em 2008, a minha docência como professora de inglês para todo o ensino fundamental 1,  recebendo R$ 180,00 reais por mês.  Meu primeiro contato com a Educação Escolar foi desta maneira, ao entrar na sala do 2º ano fiquei encantada e maravilhada, ao finalizar o meu primeiro dia de trabalho, sem carteira assinada decidi ser professora. Dois meses depois eu estava prestando vestibular para o curso de Pedagogia da FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências na  modalidade EAD para o curso de Licenciatura em Pedagogia, então eu recebia o salário de R$ 180,00 reais e pagava a faculdade, estava muito feliz com o curso e a nova profissão, pois venho da profissão de Enfermagem com 10 anos de experiência no Hospital Salvador.
Cursando a Licenciatura em Pedagogia na FTC, conheci uma colega de sala que era uma das fundadoras da ONG Creche Escola Comunitária Beneficente Viver Bem de Pirajá, filiei-me à instituição e fui ensinar. Um obstáculo apareceu no meu caminho e tudo foi por “água a baixo” o MEC – Ministério da Educação e Cultura no 3º semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia fechou a Faculdade FTC. Os professores foram demitidos a qualidade da assistência presencial não era mais a mesma, a minha Unidade Pedagógica Lapa foi fechada e transferida para Unidade Pedagógica Central no Iguatemi, os Coordenadores tentavam nos acalmar, dizendo que os Advogados estavam resolvendo.
Frequentando a ONG Creche Escola Comunitária Beneficente Viver Bem de Pirajá, fui informada de que estavam abertas as inscrições para o PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica,  a Gestora da ONG  perguntou se eu queria fazer a minha inscrição para Pedagogia, decepcionada eu não aceitei, a Gestora mostrou as outras opções para fazer a inscrição e eu acabei fazendo para o curso de Licenciatura em Artes para estudar na UNEB – Universidade do Estado da Bahia.
No intuito de rever o dinheiro da Faculdade FTC, continuei a frequentar as aulas aos sábados. Então mesmo estudando e participando das reuniões na Faculdade FTC, inscrita pela ONG para estudar na UNEB, decidi prestar um novo vestibular na UNOPAR – Universidade Norte do Paraná para o curso de Licenciatura em História em 2011,  fui aprovada em 1º lugar.
A partir de uma ligação da SECULT, informando que o curso de Licenciatura em Artes na UNEB não havia fechado turma, perguntaram-me se havia interesse em continuar no programa para o curso Pedagogia na UFBA. Respondi que sim, fui informada que o vestibular iria ser marcado na UFBA.
Continuei a ensinar inglês na mesma escola de 2008, até o ano de 2012, frequentava as aulas na FTC aos sábados pela manhã e as aulas na UNOPAR nos dias de segunda-feira á noite. O vestibular da UFBA foi marcado e para minha surpresa o meu nome estava entre as classificadas em 27º lugar, sem licenciatura, estava dentro dos requisitos para continuar no PARFOR, comecei a estudar na UFBA em 2011, neste período estava fazendo três graduações: Licenciatura em Pedagogia pela FTC aos sábados, Licenciatura em História na segunda-feira pela UNOPAR e Licenciatura em Pedagogia todas as noites na UFBA entre 2011 e 2012. Nenhuma pessoa ira fazer dois cursos de graduação para a mesma licenciatura se está pessoa não tivesse tido algum tipo de problemas, como ter se sentido lesada,  prejudicada, não ter conseguido preencher as expectativas pela qual foi motivada a iniciar a graduação, o que no meu caso havia um abismo muito grande, uma decepção e a certeza de que este é o curso que eu quero fazer. Ou seja, a intervenção do MEC não abalou as minhas expectativas profissionais, e mesmo desacreditando, estava recebendo mais uma oportunidade para estudar Pedagogia e não desisti desse sonho. Surgem então os problemas com a saúde de minha mãe, mantive em segredo todos os problemas de casa e com os colegas sobre as outras duas graduações.
Quando em 2012, precisei falar da UNOPAR com a Coordenadora do curso de graduação, que foi muito dura comigo, ela me pedia para decidir e me dizia “você tem que escolher, ou uma ou outra” e eu já envolvida nos estudos, ficava calada. Chorava muito, chegava em casa via os problemas e sozinha ia para o quarto e chorava mais ainda, estava vivendo o conflito com as graduações no que diz respeito a adquirir a licenciatura plena. A minha necessidade era tanta que eu guardei esse segredo acadêmico e pensava mais no edital só diz que não pode ter a licenciatura plena, mais não falava nada sobre a possibilidade de uma aluna vir a adquirir no decorrer da graduação. O MEC havia fechado a FTC  e mesmo fugindo da Pedagogia eu recebi mais uma oportunidade e sofria aflita. Pela FTC me diplomei 2012 e o diploma só consegui dar entrada em 2016.
Nos corredores quando a coordenadora me encontrava me dizia: você vai ter que fazer uma escolha, respondia dizendo: “como Professora, eu vou poder escolher entre uma perna direita e a esquerda” , e ela, “você vai ter que escolher”.  Nada conseguia me fazer falar da FTC com a coordenadora, a professora só sabia de duas graduações e estava me mandando escolher, como  poderia falar que existia a terceira graduação. Minhas lágrimas não mais esperavam chegar em casa. Ao escrever este memorial e relatar estes acontecimentos tristes lembro como o brincar foi ficando cada vez mais distante.  Consegui concluir as três graduações sem ser  reprovada em semestre nenhum. Não foi fácil, não.
Segundo semestre de 2012, só metodologia, muito cansativo e três graduações para dar conta, lazer, diversão e o brincar não existia,  final do semestre de 2012 e com ela a graduação da FTC que estudava desde 2008/2012. Com o curso da UFBA, assistia atentamente às aulas, pois sabia o quanto era importante para mim, textualmente nas produções dos trabalhos me esforçava, mas meu rendimento ainda não estava de excelência, pois sei que posso melhorar.
E verdade seja dita, cadê o brincar na minha trajetória de vida? Eu não sabia brincar, e não sabia lidar com o brincar para a aprendizagem e comecei a perceber no curo de pós-graduação. Sendo assim é possível a professora rever cada situação em que envolve o aluno no momento do brincar, porque os momentos mais felizes para mim dentro da etnopesquisa foram os passeios proporcionados pela Pós-Graduação na UFBA? Tentando respondendo a meu questionamento, tenho certeza que consegui brincar e me divertir, também, mesmo sem saber com meus alunos. Na época cada vez que  pensava nas três graduações, sendo duas em Licenciatura em Pedagogia eu via um filme passar pela minha cabeça e não havia momentos para brincar.
Compreendendo que o desafio da escola é garantir o pleno desenvolvimento da criança, seu preparo enquanto cidadão e sua qualificação para o mercado de trabalho o brincar é importante para o aprendizado. Porém aprender a conhecer,  a fazer, a conviver e aprender a ser, não é uma tarefa fácil se a professora apresenta deficiência para:  aprender a conhecer o brincar na prática, aprender a fazer com que o brincar seja um momento de aprendizagem, aprender a conviver com o brincar no cotidiano da Educação Infantil para a aprendizagem da criança e aprender a ser uma professora que saiba lidar com o brincar, durante a pesquisa permanecendo atenta a esses pilares da educação, tendo esta concepção educativa, percebendo que até para escrever esta pesquisa fera necessário mais tempo para conseguir absorver uma simples realidade de convivência no dia a dia com uma dura realidade que marcou a trajetória da professora, você não pode desenvolver competências em outras pessoas se ela não existe em você. Como, brincar, gostar de brincar e não saber brincar com objetivos educacionais.
A professora, para cumprir a sua função social com o brincar para a aprendizagem da criança, precisa voltar-se para a realização plena do ser humano em seu contexto social, político, econômico e cultural, valorizando as aprendizagens com o brincar que possibilitam a cada educando alcançar os objetivos dos quatro pilares da educação, valorizando assim os conhecimentos prévios das crianças para brincar que foram construídos por conta de sua oportunidade para estudar agregada a falta de experiência para brincar.
Desta maneira, concluindo as três Graduações que estava cursando,  depois de defender o TCC na UFBA as alunas foram informadas da abertura do curso da Pós-graduação, fui presenteada, depois de uma prova de seleção para o curso da Pós-graduação com a minha aprovação e a continuidade de uma realidade que para mim não é muito fácil, o brincar. Mesmo estando aberta a interação com o brincar no cotidiano da Educação Infantil, compreendendo o brincar como um momento para aprendizagem só está sendo possível com as pesquisas que estão sendo realizadas para o curso de Pós-graduação, precisando de mais tempo de estudo.


  

3  A ETNOPESQUISA  E O BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA DA CRIANÇA

O ato de brincar para Friedmann (2012) já se encontra enraizado, como cita a autora:
O brincar já existe na vida dos seres humanos bem antes das primeiras pesquisas sobre o assunto: desde a antiguidade e ao longo tempo histórico, nas diversas regiões geográficas, há evidências de que o homem sempre brincou. Mas, talvez, em decorrência da diminuição do espaço físico e temporal destinado a essa atividade, provocada pelo aparecimento das instituições escolares, pelo incremento da indústria  de brinquedos e pela influência da televisão, de toda a mídia eletrônica e das redes sociais, tenha começado a existir uma preocupação com a diminuição do brincar e a surgir um movimento pelo seu resgate na vida das crianças pela necessidade demonstrar sua importância em estudos e pesquisas. (FRIEDMANN, 2012, p. 19)

            Pensar no brincar como uma ação lúdica seja ela como uma brincadeira ou jogo, com ou sem a utilização dos brinquedos, as crianças também brincam com o corpo, com a música, as palavras, sons. O foco principal dessa pesquisa é o brincar na qual os meninos e meninas são observados. Torna-se impossível falar de crianças e o brincar, agora, rememoro de forma saudosa,  do brincar na infância percebendo a diferença em ser criança e brincar nos dias de hoje, em épocas que: barrancos viraram estradas para a boneca passar, as cascas de verduras que viravam comidinhas, à tarde com os vizinhos o brincar de pique esconde, garrafão, peteca, amarelinha, gude e as criatividades para o brincar não possuía limites.
Hoje o brincar é ter como primeiro brinquedo um tablet, um celular, um vídeo game, a televisão é o brincar que substitui a família, está é uma época em que valores são esquecidos e as crianças pensam em brincar para competir e vencer. São etapas de brincar que são puladas devido ao progresso urbano, torna-se assustador e quando no ambiente da educação infantil o despreparo para desenvolver um brincar saudável acaba indo de encontro com a realidade vivenciada pelos meninos e meninas do grupo 5. É nesse ambiente que, como docente pesquisadora  percebo quando o celular está na minha mão é um instrumento e nas mãos dos alunos eles manuseiam com fácil assimilação para abrir arquivos e acabam ensinando como utilizar este recurso que se torna um brincar de: Eu sei pró como é.  Até que ponto, como docente pesquisadora estou preparada para este desafio educacional? Para brincar com segurança nesta época precisa que a humildade aflore para reconhecer e nos associarmos ao brincar com os meninos e as meninas, será necessário o aprender junto, demonstrando a confiança e penetrar no universo do brincar na infância.          
A história do brincar dentro do ambiente da Educação Infantil do grupo 5 (2014/2016), não podia passar despercebido, em consequência da Etnopesquisa, sendo necessário pensar no brincar para o desenvolvimento da autonomia da criança, tendo em vista que neste ambiente é construído relacionamentos seguros com outras crianças na hora do brinca e a participação da Docente pesquisadora é apenas para mediação, observa-se que as crianças ao longo do percurso desenvolvem condições e habilidades para coordenar diferentes pontos de vista junto com o brincar  ao interagir com seus colegas e para o aprendizado as crianças despertam a curiosidade, ficam alertas, desenvolvem a criticidade para a escolha de suas preferências para o brincar, sua capacidade para imaginar torna-se mais confiante e dizem o que pensam. Durante os estudos para descobrir a história do brincar era relatado sempre a partir de um passado, senti a necessidade de escrever sobre a  principal história, que estava sendo construída no ambiente da educação infantil, e que durante os estudos não encontrei relatos, acreditando que neste momento uma história estava acontecendo e não podia ser esquecida.  Ao brincar a linguagem não verbal aconteceu tanto no mais remoto passado com elementos naturais  como na contemporaneidade, na qual estes mesmos elementos passam a representar os instrumentos domésticos, tecnológicos e de trabalho na hora do brincar. Faz-se necessário um novo paradigma ao se falar de uma história, e para nortear a pesquisa, Macedo (2004):
 Enquanto educadores, não podemos esquecer, bem como deveríamos mobilizar, teoricamente, a forma como as ideologias liberais alijadoras trazem e incorporam os modismos reformistas, e com isso velam e escamoteiam autênticas possibilidades de se criar consciências cientificas emancipatórias. Desarticulados da história, da cultura e das pautas da justiça social, o fundamentalismo do novo acaba fazendo o jogo do conservadorismo. (MACEDO, 2004, P. 40)

É relevante relatar um passado histórico quando o público não tem acesso, a história do brincar. Necessita de um novo olhar, pois sua história consta em muitos artigos, monografias de mestrados e doutorado, livros  mas a história da realidade pesquisada no ambiente da educação infantil do grupo 5, o leitor está tendo acesso. Apesar de muitos pesquisadores já terem estudado com o intuito de esclarecer que a história do brincar já existia, está é a necessita de um novo paradigma da pesquisadora que seja validado para que a pesquisa não entre no comodismo das informações que são passadas de gerações em gerações sem a responsabilidade de se lembrar da história atual. A precisão conquistada para se falar da história do brincar nesta pesquisa, foi vivenciada no decorrer do curso, pontos não percebidos, o brincar que foi ignorado, o imaginar que não foi credibilizado, a falta de preparo da Docente para brincar, o motivo dessa competência não ter sido desenvolvida com o devido merecimento. Não podendo passar despercebido a visão que Macedo (2004) relata em seu livro:
Posso afirmar ainda, sem grandes problemas, que cientificidade significa, desta perspectiva, precisão conquistada pela unidade metodológica que começa historicamente pela idéia da unidade metodológica entre as ciências antropossociais e as ciências naturais. Dá-se, a partir deste ideário, o primado  da homogeneização cientifica. (MACEDO, 2004, p. 41)

De acordo com Macedo (2004), credibilizar  o começo histórico a partir de uma vivência representa está pesquisa, sendo o brincar social, a criança sempre tem um brinquedo que compõem sua história no ambiente da educação infantil, a criança nunca brinca sozinha, ela sempre faz do brincar um momento único, criando e imaginando.  Segundo Piaget  (1992, apud  TAILLE, 1973, p. 11): “a inteligência humana somente se desenvolve no individuo em função de interações sociais...” Taille (1973) fala da injustiça em relação as críticas direcionadas para Piaget por não ter focado nos fatores sociais para o desenvolvimento humano, pois Piaget defende que o homem não é sociável em igual proporção entre os seis meses ou vinte anos. É relevante, por ser idades diferentes, épocas vividas diferenciadas, ambientes frequentados que vai distanciando a criança do adulto e a socialização da inteligência só é possível quando a aquisição da linguagem acontece. Neste contexto Taille (1973) discute o lugar da interação social na concepção de Jean Piaget e faz a analise de uma afirmação:
O homem é um ser essencialmente social, impossível, portanto, de ser pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive. Em outras palavras, o homem não sociável, o homem considerado como molécula isolada do resto de seus semelhantes, o homem visto como independente das influências dos diversos grupos que freqüenta , o homem visto como imune aos legados da história e da tradição, este homem simplesmente não existe. (TAILLE, 1973, p. 11)

A relação desta analise com a pesquisa, acontece no ambiente da educação infantil, mediante as observações do brincar entre meninos e meninas. O brincar sozinho e em grupo é sociável com a imaginação, o brincar neste ambiente, mesmo que sozinho é observado por outra criança que em outro momento busca o brincar para que possa realizar a sociabilidade do que aprendeu com a nova imaginação. A imaginação da criança na hora do brincar é seu ponto de partida para a socialização. Neste momento a personalidade na criança de como acontece o brincar começa a ser construído, observando a existência do brincar com agressividade, calma, concentração e até o silêncio faz a interação com o brincar escolhido, sendo ele, um carrinho, um livro ou uma bola. Se a criança nunca brinca sozinha, ela está sempre com um brinquedo, socializando com sua imaginação para sua primeira formação social dentro do ambiente da educação infantil.
Compreende-se que o brincar é preciso, sendo importante para que as crianças descubram o mundo que a cercam, possam se comunicar e inserir-se na sociedade. É notório que as crianças brincam quando se sentem em segurança, tanto na interação com os adultos quanto com outras crianças, o que representa a sobrevivência, o bem estar  e neste momento entra o brincar cultural, no ambiente da educação infantil a cultura para o brincar estava voltada para produções urbanas no que refere-se a falta de momentos para o brincar com folhas, sementes, areia, arvores etc percebendo, então que os carrinhos, bolinhas, bonecas ganharam espaço neste ambiente da educação infantil.
Azevedo e Macedo (2013) apresentam para o processo de aprendizagem:
Como uma atividade humana extremamente complexa, a aprendizagem se caracteriza por um processo em que o sujeito busca, e é desafiado a buscar, compreender a realidade em que vive e a si, através da sua capacidade percepto-cognitiva e de interação estruturantes (nem sempre conscientes), mediadas por suas intenções, interesses, desejos e escolhas, modificando, portanto, seu meio e a si próprio (toda aprendizagem envolve mudanças, deslocamentos, retomadas, ressignificações e possibilidade de rupturas), onde a resultante desse processo (o aprendizado) se configura na aquisição de saberes e fazeres, em níveis intelectuais, cognitivos, psicomotores, psicossociais, culturais, como dimensões relativamente integradas, implicando aí um inacabamento infinito, até porque, em face de existirmos nos colocando constantes problemas para compreendermos e solucionarmos, estaremos sempre condenados a aprender. (AZEVEDO E MACEDO, 2013, p. 59 e 60)

Os autores explicam que o processo de aprendizagem acontece e se realiza por meio da cultura, implicando desta forma no meio social e na realidade histórica como brincar, de que brincar, as atividades e conteúdos para a aprendizagem apresentam como consequências as escolas culturais para o brincar como processo de aprendizagem. O brincar apresenta uma arte única no ambiente da educação infantil do grupo 5, as crianças brincam e quando observadas por outras crianças utilizam a mesma ferramenta e uma nova imaginação forma um novo brincar com as mesmas ferramentas: o carrinho, a boneca e a bolinha.  Neste sentido a criança ao brincar está construindo a sua formação e contribuindo para uma nova sociedade, esta atividade do brincar é desenvolvida pela criança com segurança, ela sabe o que está fazendo quando brinca, sente-se integrada no ambiente a qual pertence, sua segurança e habilidades fazem com que consigam resolver os problemas sociais que se apresentam no ambiente da educação infantil e familiar.
Edwards; Gandini e Forman (1999) trazem contribuições para a pesquisa, quando se faz necessário analisar o ambiente que deve ser preparado para o processo de aprendizagem com o brincar:
O ambiente é visto como algo que educa a criança; na verdade, ele é considerado o “terceiro educador”, juntamente com a equipe de dois professores. A fim de agir como educador para criança, o ambiente precisa ser flexível; deve passar por uma modificação frequente pelas crianças e pelos professores a fim de permanecer atualizados e sensível às suas necessidades de serem protagonistas na construção de seu conhecimento . Tudo o que cerca as pessoas na escola e o que usam – os objetos, os materiais e as estruturas – não são vistos como elementos cognitivos passivos, mas, ao contrário, como elementos que condicionam e são condicionados pelas ações dos indivíduos que agem nela. (EDWARDS; GANDINI E FORMAN, 1999, p. 157)

O espaço no ambiente da educação infantil do grupo 5, precisa ser valorizado com a organização para o processo de ensino e aprendizagem com o brincar, um ambiente atraente promove mudanças para que as crianças façam escolhas, contribuindo para uma sensação de bem estar e segurança para as crianças, espalhando neste local ideias para que o novo olhar propicie com o brincar novas imaginações que possam valorizar as atitudes das crianças. Durante a pesquisa as crianças não foram questionadas sobre o brincar, elas apresentavam a modalidade do brincar e na condição de pesquisadora na etnopesquisa elas se relacionavam com o brincar, foram fotografadas e observadas. O brincar não foi oferecido com objetivos pedagógico.  A necessidade  para este olhar ocorreu no desenvolvimento deste trabalho final, depois de uma série de desbloqueios na qual não podem passar despercebidos entre o brincar com os meninos e com as meninas na interação com a pesquisadora. Ouvir os meninos e as meninas sobre o  brincar seria interessante para uma futura avaliação  e poderiam dar início a novas propostas para o brincar no ambiente da educação infantil no grupo 5, o que não ocorreu durante a pesquisa.
O Referencial Nacional para Educação Infantil (1998) apresenta metas para que a qualidade de ensino possa ajudar no desenvolvimento das crianças, contribuindo para a construção de sua identidade e na formação de cidadãos com seus direitos voltados para a infância reconhecidos.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. (RNEI, 1998, p. 27)

A criança precisa de independência para escolher o brincar e seu desenvolvimento depende apenas da vontade de que brinca com o carro, a boneca, a bola, etc, coloco-me na posição de pesquisadora para falar das crianças e o brincar de ontem e as crianças e o brincar de hoje de modo a não rotular o brincar como sendo para a criança a melhor ou a pior maneira para brincar dentro do ambiente da educação infantil,  ela só conhece o brincar que estão vivendo e brincado, como rotular? Como dizer para a criança que a melhor maneira de brincar é com folha, casca de verduras, sementes se hoje nem com as sucatas elas querem brincar e os tecnológicos vão ganhado espaço dentro do ambiente familiar na hora do brincar e com as outras crianças no ambiente da educação infantil.  A formação social da criança começa com o brincar e foram os conjuntos de trabalhos realizados de épocas em épocas dentro da educação infantil pelos docentes que direcionaram as crianças para o brincar proporcionando uma infância estruturada e saudável onde o ambiente em que vivem exerce forte influência na hora do brincar. Essa responsabilidade com a estrutura pedagógica não pode escapar do controle para que a formação com o brincar não se trone um retrato de uma sociedade problemática devido a imposição do melhor brincar. A valorização do  brincar é importante, pois a criança detém o conhecimento de como brincar e com que brincar, neste momento está sendo garantido com o ensino aprendizado uma formação saudável e necessária.
Com a contribuição de Friedmann (2012) para essa pesquisa de que o brincar sempre existiu e que as evidências da diminuição do espaço físico para o brincar é  visível também dentro das instituições escolares, na qual a indústria de brinquedos prevalece sobre o brincar dos tempos atuais. O que Macedo (2004) esclarece quando para que o jogo do conservadorismo não prevaleça, o que em muitos casos são esquecidos por consequência das ideologias de cada docente. Na posição de pesquisadora, acreditando que, na hora do brincar o passado de quem brincou e com quem brincou não contagia o menino e a menina nesta época dentro do ambiente da educação infantil, este relato torna-se indiferente diante da indústria que impõem o brincar para a atualidade e as instituições tornam-se refém, primeiro por conta dos pequenos espaços, depois por estarem instaladas  em comunidades desprovida de assistência para segurança do cidadão, mediante os toques de recolher, as disputas e trocas de tiro. A instituição de trabalho da pesquisa é obrigada a ser refém de um sistema para proteger e garantir o mínimo de oportunidade para que  o brincar aconteça com segurança, a super lotação dos ambientes da educação infantil contribuem para que o brincar permaneça nos moldes do comodismo.
Taile (1973) quando discute a concepção de Jean Piaget (1973), contribui com a pesquisa a medida que escreve sobre o homem sociável, na condição de pesquisadora acredito que a sociabilidade dentro do ambiente da educação infantil acontece por meio do brincar mesmo que nos moldes de um tradicional método industrializado, percebo que os meninos e as meninas nesse ambiente priorizam o brincar e o imaginar que estão em sua volta. Entretanto, passou despercebido durante a pesquisa apresentar outros recursos para que o brincar  fosse desenvolvido com um outro olhar, a pesquisadora poderia levar para o ambiente da educação infantil: sementes, folhas, sucatas etc para observar o brincar, tendo em vista que encontrava-me no momento da pesquisa com o meu brincar interrompido, como relato no memorial, e a descoberta já no final do trabalho com ajuda dos Docentes, fez-me refletir sobre a postura que estava sendo empregada, mesmo gostando do brincar, não conseguia interagir com o brincar junto com os meninos e as meninas, mas era constantemente contagiada com o brincar no ambiente da educação infantil. Então, o brincar aconteceu durante a pesquisa, sem objetivo.
Azevedo e Macedo (2013), ajudaram na pesquisa quando focam na aprendizagem a medida em que ela é caracterizada em um constante processo de busca, o menino busca o carro que no imaginar ganha asas e volta ao chão, o outro que observa este brincar, no outro dia com o mesmo carro desenvolve o brincar para competição enquanto que as meninas, em sua posição reservada, abraça a boneca com o cuidado de uma mãe, pega a literatura como se estivesse contando para a boneca uma historinha.  Edwards; Gandini e Forman (1999) analisam o ambiente, contribuindo dessa maneira para uma reflexão a cerca o espaço, na condição de pesquisadora, não havia pensado no espaço como o terceiro educador, é no ambiente da educação infantil que o brincar precisa de novas motivações para o desenvolvimento dos alunos e necessita permanecer atualizados para que a sensibilidade para brincar possa aflorar, na medida em que o aluno esteja livre para escolher com o que brincar. O Referencial Nacional para Educação Infantil (1998) contribuiu quando apresenta metas para a qualidade do ensino de forma a motivar a capacidade dos meninos e das meninas para criar, imaginar, idealizar  o brincar.
A etnopesquisa trouxe uma reflexão para um novo paradigma,  que consequentemente se faz necessário que a professora invista mas no brincar como instrumento de aprendizagem, os resultados encontrados com a contribuição dos autores foram de que a pesquisadora agora necessita de um novo olhar voltado para o brincar,  de forma a investir  no ensino aprendizagem com o brincar apresentando objetivos, que deram certo em outras pesquisas e por não conhecer as próprias dificuldades interferiram no trabalho por um período. Sendo assim, compreendendo que está pesquisa necessita de um tempo maior para que possa ser desenvolvida e os objetivos apresentados para o processo de ensino e aprendizagem dentro do ambiente da educação infantil.



4  OBSERVANDO O BRINCAR NO AMBIENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Durante os dias designados para a observação no ambiente da educação infantil, grupo 05, no brincar de passa a bola, algumas crianças ficaram sentados e nesta atividade pode-se observar que as crianças  interagem respeitando as regras do jogo. (ANEXO 1) Inicialmente combinado com os meninos e as meninas como eles deveriam se posicionar para passar a bola, perguntei se alguém já conhecia a brincadeira e eles ficaram com os olhinhos vibrando, a imagem de uma bola como parte para se começar o brincar é impressionante. Então, os alunos foram colocados em duas colunas, tipo fila indiana e a primeira criança de cada coluna começa a passar a bola por baixo das pernas a criança posterior pega a bola e torna a passar por baixo das pernas. As crianças por serem pequenas e sem noção de abertura das pernas para a passagem da bola ou abriam as pernas demais ou de menos e caiam, se divertiam rindo, tentando pegar a bola que rolava para o outro lado da sala, então, iam em busca da bola, voltavam e continuavam a passar a bola e viravam para ver quem chegava primeiro, saiam do lugar para olhar, riam ao brincar. Quando o ultimo aluno pegava a bola ao sair correndo se esbarrava no colega, a bola caia, corriam para pegar, voltavam para se posicionar na frente e passar a bola.  O brincar para passar a bola por baixo das pernas continuou até o final da coluna por duas rodadas. Não havia seriedade para a competição, mas o brincar por diversão.
Particularmente, não havia prestado atenção ao brincar com o olhar de professora pesquisadora, e nem como professora, apenas como um momento em que as crianças permaneciam em descontração, enquanto o diário escolar estava sendo preparado e as atividades estavam sendo arrumadas para serem colocadas na mochila. Não havia um objetivo de ensino aprendizagem no ambiente da educação infantil. Após este período de reconhecimento sobre a prática do brincar para a aprendizagem, consegui considerar este momento do brincar de passa a bola como importante para alencar as possíveis desorganizações para passar a bola, como por exemplo o abrir das pernas para não cair. No cotidiano este momento não era valorizado em sua totalidade.
Como já haviam realizado o brincar de passar a bola no dia anterior, assim que terminou o momento do acolhimento, fiz a proposta do brincar para passar a bola, com o objetivo de observar os alunos juntos brincando. Onde houve a falha? Na falta de objetivo; os alunos ficaram animados, então ouvi: “Nós vamos passar rapidinho.” “Mas você tem que correr muito.” E as meninas, estão animadas para brincar? “Sim pró, vou passar a bola sem cair.” Neste dia as turmas foram divididas em grupos de meninos e de meninas, os meninos apresentaram maior agilidade em passar a bola durante o brincar (ANEXO 2).
Percebi que, depois que aprenderam a brincar os alunos ficaram mais confiantes, e neste momento o brincar estava virando competição para saber quem iria ganhar, entretanto para as meninas o brincar continuava sem a chegada da competição, as meninas só queriam brincar de passar a bola uma para outra sem deixar cair e os meninos passavam a bola com a vontade de chegar logo na frente e tornar a passar, eles estavam competindo. Qual foi o objetivo para aplicar essa brincadeira? Não foi preparada uma aula com objetivos específicos para este brincar, a professora reuniu os alunos para observa-los brincando e mais uma oportunidade passou sem ser desenvolvido o ensino e aprendizagem com a atividade.
No terceiro dia de observação, as crianças tiveram suas atividades observadas no cotidiano da educação infantil, depois da acolhida, as crianças foram observadas no brincar de sua própria preferência. Uma criança, foi até a estante de literaturas e pegou o livro e ficou brincando com a leitura (ANEXO 3), ela olhava as gravuras e conversava com elas, o brincar aconteceu de forma inesperada, ela não interagia com as outras crianças e parecia que só havia ela e a literatura no ambiente da educação infantil. Foram alguns minutos que pareciam horas olhando e conversando. Detalhe que passava despercebido durante o cotidiano diário. Ela estava brincando sozinha.
No quarto dia de observação, prestando atenção em outra criança que brincava com seu carrinho, logo depois foi até a estante de livros e pegou um e começou a brincar com a leitura, claro que ler não lia nada, mas falava a medida que interagia com as imagens (ANEXO 4) e olhava para o carrinho, como se quisesse que ele participasse. As crianças podem brincar com muito pouco, pois a sua imaginação é muito grande. Percebo que o meu brincar foi interrompido e minha imaginação para o brincar  ficou limitada. Neste sentido, como poderia desenvolver atividades para o brincar? No brincar com carrinho (ANEXO 5) as crianças pegaram um carrinho, sentaram no chão com as pernas abertas e começaram a jogar o carrinho de um lado para o outro, ficaram algum tempo se divertindo com o carrinho e a falar: “Lá vai”; “Segura ele”.  O carrinho no momento do brincar para está criança (ANEXO 6) invade a imaginação e um: “zuuum” começa a soar, o carrinho anda no chão, cria asas e começa a voar virando um avião, de volta ao chão é o “zuuum” que entra em ação e sozinho fica a brincar, como se só existisse ele neste espaço, o barulho dos outros alunos não atrapalha o brincar. O mesmo carrinho (ANEXO 7), ganha um novo olhar neste dia, o carrinho não sai do chão e novamente começa o brincar somente jogando de um lado para o outro. Quatro crianças (ANEXO 8) começaram a brincar de passar o carrinho entre eles, o silêncio prevaleceu neste dia e as crianças se entendiam apenas com o carrinho, a linguagem entre eles era apenas a de passar o carrinho que tinha que contemplar a todos e voltar. No nono dia de observação o carrinho não tomou a sena para o brincar, um dos alunos não compareceu na aula, um novo brincar começou a ser formado (ANEXO 9) com o jogo de letrinhas, este aluno pegou e começou a arrumar as letrinhas, ela olhava para o painel de letras na parede, procurava a letrinha e ia arrumando uma por uma na hora do brincar, neste encantado momento, sozinha com as letrinha nem percebia que estava sendo observada por outra criança que estava parada olhando. Assim, este momento também contemplava o brincar. Detalhes que passaram despercebidos por mim, pois não introduzi o ensino e aprendizagem para formar as vogais, uma palavra.  Ao ficar observando o colega no dia anterior a brincar com as letrinhas, este aluno (ANEXO 10) na hora do brincar, se direcionou para a caixa de letras, depois escolheu um local para brincar, jogou as letrinhas no chão e começou a arrumar na sequência alfabética. Não se dando conta dos outros colegas que estavam no mesmo ambiente, ele pegava a letrinha e ia colocando na ordem. O mais impressionante é que quando um aluno se direciona para brincar com algo novo, sempre ficam alguns alunos sentados olhando, prestando atenção para poder brincar depois, foi o que aconteceu neste dia (ANEXO 11) essas duas crianças se juntaram para brincar de arrumar as letras do alfabeto, simplesmente foram arrumando, escolhendo as letrinhas e colocando uma ao lado da outra. As letrinhas perderam lugar para o boliche, como mostra (ANEXO 12), não consegui identificar o que a imaginação dessas alunas levavam para o brincar, entretanto o boliche era o momento que preenchia a brincadeira que fluía com interação entre as duas crianças. O carrinho e a bola voltaram (ANEXO 13) na hora do brincar o mesmo carrinho parece ser um brinquedo novo e sozinho o carrinho vai e volta na cadeira um outro carrinho ganha espaço na estante de livros (ANEXO 14) somente o som da rodinha do carrinho em cima da estante faz o barulho na hora do brincar. Outro aluno, neste dia de observação, prefere o brincar com o carrinho deitado no chão (ANEXO 15), logo depois da contação de história, aproveita que o tapete ficou desocupado e brinca deitado.
Outros momentos do brincar foram registrados, ao perceber que a Professora pesquisadora pegava o celular para fotografar os alunos se aproximavam para ver a foto e neste momento eles também estavam se divertindo com este tipo de brincar. No (ANEXO 16) é possível observar a turminha do grupo 5, são crianças que se divertem, gostam de participar das atividades, e o brincar é um momento único na qual a imaginação flutua (ANEXO 17) esta aluna conversar com o a literatura como se ela estivesse dentro da historinha e até o gesto com as mãos participa da conversar, como a Professora pesquisadora estava distante da aluna e os outros colegas junto a professora para tentar ver as fotos não foi possível ouvir o que a menina falava com os personagem do livro. A realidade deste ambiente da educação infantil foi comprometido pela falta de professora do grupo 4 e as turmas precisavam ficar juntas: grupo 4 e grupo 5. No (ANEXO 18) três meninos brinca de conversar, percebo que eles estavam contando, foi registrado (ANEXO 19) um aluno com uma pequena parte do jogo de encaixe a hora do brincar, este outro (ANEXO 20) prefere brincar de celular e uma peça do jogo de encaixe vira telefone, eu só escuto “Alô, quem está falando.” E coleguinha responde com a mesma pergunta: “Alô, quem está falando.” (ANEXO 21) logo um outro aluno pega outra parte do jogo de encaixe e também fica repetindo: “Alô, quem está falando.” Esta é uma representação do ambiente familiar dentro do ambiente da educação infantil, na qual quando um adulto atende ao telefone fala alô e o restante do assunto a criança não participa, pois não escuta o que a outra pessoa fala do outro lado da linha, e o brincar acontece. O brincar quando interrompido de forma inesperada, causa traumas incalculáveis, e quando acontece com uma Docente o comprometimento com o brincar é atingido, por não saber do problema a Docente acabou participando do brincar de uma forma vaga para o educar  com o brincar e com um sentido pessoal de um olhar para o passado que não pode voltar.
O brincar como instrumento pedagógico faz-me rememorar, que minha relação com o brincar foi interrompida com o falecimento de meu avô e as lembranças foram aparecendo enquanto estava na aula e as lágrimas não paravam. Eu brinquei muito com meu avô, era o único da família que gostava de brincar comigo e meu irmão juntos, ele nos levávamos para praia para jogar capoeira e catar marisco, eu me divertia, era meu avô que ia me buscar na escola. Tive uma infância curta, mas brinquei e me diverti muito. Brincando de fura-pé jogue o ferro que cravou no meu pé e tenho a marca até hoje, como eu pude me esquecer? De baleô  brincava em frente de casa com os vizinhos, era muito bom segurar a bola e atirar longe, me diverti. De garrafão também brinquei, desenhávamos uma garrafa bem grande para brincar, era um corre, corre e muitos risos, que infância gostosa. De elástico brincávamos em três e eu estava lá pulando no elástico sem errar, mas quando errava trocávamos de lugar e íamos marcando no chão quantas vezes acertávamos muito bom. No quintal de casa era uma das poucas vezes que meu irmão e eu brincávamos juntos de pé de lata, fazíamos o brinquedo com lata de leite ninho e eu saia correndo rindo para ele não me pegar.  Amarelinha era na porta de casa com os vizinhos. Salada de fruta, escrevíamos os nomes no caderno e sorteávamos uma letra para encontrar uma palavra de cada tema com a mesmo letra, eu gostava dessa brincadeira. A boneca beijoca, quando mexia os braços,  beijava, foi a única boneca grande que tive, eu brincava com ela, mas gostava dos brinquedos pequenos, pois eu podia levar a família de brinquedo toda para qualquer lugar para brincar comigo, quando eu encontrava uma caixa grande, eu estava fazendo as portas, janelas, enfeitando de papel, colocando a mobília, arrumava a cozinha, sala, quarto, banheiro e as miniaturas das bonecas faziam a festa, quando não tinha uma mobília fazia com caixa de fósforo, ficava olhando os detalhes e quando percebia que faltava alguma coisa fazia e enfeitava a casinha, era um quadro na parede, uma comidinha.
Não me lembrava que havia brincado tanto, que saudades, durou até os meus 9 anos. Depois era eu no quarto com os livros, gibis e os livros da escola. Brincava sozinha de terminar o dever da escola para ler livros, quando eu terminava o livro eu brincava de arte, fiz muitos brinquedos com gude e durepox. Terminava de confeccionar a arte, era outro livro que eu começava a ler, li muitos livros, mas só me lembro dos livros de Sidiney Sheldon. Sinto muito por não me lembrar quais eram os livros desse autor que eu li. Terminava o livro, corria para fazer o dever de casa, nunca fui para um reforço escolar, eu me diverti assim: estudando, lendo e produzindo artesanatos, o que eu faço até hoje. Então o brincar mudou de foco, meus brinquedos se despediram de mim com a morte de meu avô e eu tinha que preencher este espaço, já que meu irmão não brincava comigo, pois dizia que as brincadeiras  dele não era para menina.
Com 9 anos, mudando de endereço da Ribeira para Mussurunga, minha mãe que só trabalhava em casa costurando e eu brincando com os pedaços de tecidos para fazer roupas de boneca, tive que viver com mais este rompimento do brincar, minha mãe foi trabalhar como secretária concursada na Secretária de Saúde e meu pai que fazia cadeira de ferro, depois que concluiu a graduação de Bacharel em Contabilidade foi trabalhar  no Polo em Camaçari. Então eu tive que inventar outra brincadeira, pois como a casa era grande, ficávamos trancados em casa, eu tomando conta de meu irmão, e meus pais trabalhando,  foi ai que para não ficar trancada eu pegava um grampo de cabelo, abríamos o cadeado do portão, deixava o cadeado aberto entravamos correndo e trancávamos a porta de casa e ficávamos olhando, esperando nossa mãe chegar, como ela não chegava logo, ficávamos cansados, trancávamos o cadeado e voltava para fazer o dever de casa, eu a ler os livros e a confeccionar pequenas peças de arte. Foi quando eu comecei a amadurecer para uma realidade que me distanciava do brincar cada vez mais e mais.  Me tornei uma adulta quando criança, detalhista, pois não queria perder minha família.
Hoje como Professora, percebo que não fiz nada além do que eu podia e acho que até me recusava a fazer, mais ficava olhando meus alunos a brincarem sem interferir, não sabia interferir, participava como professora, olhava o brincar, como um simples brincar de criança. E os brinquedos que cada uma levava para o ambiente da educação infantil para brincar, passou despercebido este olhar sensível para o brincar. Eu só sei que não podia interromper o brincar dos meus alunos. Agora compreendo perfeitamente, só podemos desenvolver competências em outras pessoas se temos essas competências desenvolvidas em nós mesmos e eu não interrompi o brincar dos meus alunos, pois o meu foi interrompido.
Interromper, como tudo faz sentido agora, o comportamento dentro do ambiente da educação infantil sempre foi de amor para o brincar, não levava o brincar, por não saber, me permitia o brincar, por gostar, essa relação com o brincar necessita continuar, para que possa ser recuperada de forma agradável, nos momentos de harmonia comigo mesma e com meus alunos, mediante uma etapa tão importante, por respeito ao outro para que se fortaleça de forma positiva, alegre e divertida. Uma criança feliz com o brincar não tem preço.
A pesquisadora percebe que para a aprendizagem o brincar dos meninos e das meninas do grupo 5 conseguem interagir com o tipo de brincar escolhido e disponibilizado no cotidiano da Educação Infantil, na qual foi constatado que as crianças sabem com o que estão brincando, quando escolhem o carro, os meninos sabem que é um carro, quando as meninas escolhem a boneca, elas sabem que é uma boneca e quando eles escolhem um objeto para fazer de telefone as crianças sabem que não é um telefone, na qual a criança cria um mundo completamente seu.  Como Pesquisadora, meu olhar está voltado para a observação do brincar, sendo este o objetivo da pesquisa, observar os meninos e meninas na hora do brincar,  na qual a criança  cria a sua própria regra na hora de interagir com a realidade do brincar, na hora do brincar com regras estabelecidas as crianças conseguem interagir e participar, entretanto para realidade deste ambiente da Educação Infantil o brincar, até mesmo na hora de arrumar as letras do alfabeto tem para a criança do grupo 5 um momento singular. Foi com as aulas da Pós – Graduação que certos bloqueios começaram a  serem diluídos, um deles era o brincar com caixa de novidades: onde a Professora coloca vários objetos dentro da caixa e começa a brincar de contação de história, adivinha. Para a docente pesquisadora ficou claro que a dificuldade era a realidade do que no passado havia dentro de uma caixa/“um caixão”, lembro-me que eu chegava a pegar caixas e a guardar, enfeitava, mas nunca dava continuidade ao brincar e não eram as caixas que me levava ao passado, mas, uma simples caixa de creme dental me remetia a lembrança do passado devido ao formato e logo depois a caixa que estava enfeitada para brincar, ia para o lixo, eu nem sabia o motivo. Como pesquisadora, acredito que aos pouco o brincar irá ganhar um novo sentido no ambiente da educação infantil.
A pesquisa apresenta o brincar para contribuição da aprendizagem dos meninos e meninas do grupo 05, busquei Kishimoto (1998) em o  brincar e suas teorias, a autora reúne artigos para compor sua obra referendando as concepções sobre o brincar, no que tange os estudos socioculturais, filosóficos e psicológicos. Em seu livro Kishimoto (apud BROUGÈRE, 1998, p. 20): “Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem.” Coloco-me como pesquisadora para caracterizar o brincar relacionado com a aprendizagem. No ambiente da educação infantil do grupo 5, conseguido observar que as meninas ao brincarem estavam mais dispersas, quando se envolviam no brincar escolhido, enquanto os meninos aprendiam como brincar e se lançavam para uma realidade social de competição. Neste sentido o brincar contribuiu para a aprendizagem, se não for cobrada uma aprendizagem com o brincar. A criança aprende e brinca, cada uma em seu momento com a interação do brincar.
Como estão  inseridos o brincar na organização do trabalho pedagógico e no ambiente da educação infantil para a professora do grupo 05? Nesta inquietação, apresento o brincar sem a organização para um trabalho pedagógico para a realidade vivida pela docente pesquisadora, por consequência da própria história sobre o brincar, não houve durante a pesquisa uma organização para o  brincar, os meninos e as meninas na maioria dos momentos brincavam, o brincar com objetivo para o ensino e aprendizagem não acontecia. A atenção para com as crianças existia, mas na hora do brincar está atenção não contemplava o momento do ensino e aprendizagem, não havia um objetivo para a atividade. Trouxe então Kishimoto (apud DANTAS, 1998, p. 111): “Parece impossível definir substancialmente o que é o brincar: a natureza do compromisso com que é realizada transforma-a sutilmente em trabalho.” Não havendo compromisso pedagógico com o brincar a organização do trabalho não aconteceu durante o desenvolvimento da pesquisa, como pesquisadora,  hoje tenho consciência de que nenhum docente pode  desenvolver um trabalho com o brincar se este não conhece a própria história com o brincar, ao descobrir o quanto essa etapa do brincar ficou irresolvida da pesquisadora, as crianças no ambiente da educação infantil brincavam, se divertiam, mas o olhar da docente passava despercebido, sem saber o motivo. Refletindo a respeito, acreditando que um novo paradigma estará acontecendo a partir do aprendizado com as aulas no curso de Pós-graduação para atuação no ambiente da educação infantil.
As atividades propostas pela professora para brincar são assim vivenciadas pelas crianças? Para fundamentar este questionamento,   Kishimoto (apud MRECH, 1998, p. 155) “Tradicionalmente acredita-se que há um vínculo direto e imediato entre a criança, o brinquedo e o brincar.” O que acontecia no ambiente da educação infantil do grupo 5, foi esta interação de fácil assimilação e aprendizagem sem a intervenção da docente, a criança de posse do brinquedo se desenvolvia durante a pesquisa, a docente não apresentava proposta para o brincar, nem objetivo, não levava para sala de aula atividades que envolviam o brincar, as criança não vivenciavam propostas novas para aprendizagem. Será que a pesquisadora não sabia desenvolver um plano de aula com os objetivos para o brincar com a proposta de ensino e aprendizagem? Claro que sabe, entretanto questões irresolvidas não permitia a real proposta, Como docente pesquisadora, gostando de brincar, nem as informações dos livros para o desenvolvimento do brincar era absorvido, por varias vezes as leituras foram realizadas, mas na hora de aplicar a atividade, a impossibilidade se tornava uma realidade. Somente agora refletindo, percebendo que o brincar ligado ao interrompimento de uma história no passado. Se para a docente no decorrer de sua pesquisa o brincar remetia ao drástico interromper, em todas as tentativas o alívio para não realizar a atividade chegava de formas variadas, diário para corrigir, atividades para anotar no caderno, classificador para arrumar, a hora do lanche, do almoço, os dentes para escovar, as mãos para lavar. Hoje compreendo qual era o real motivo, muito delicado ter que interromper o brincar por causa de um problema sério, marcante para a criança. Na posição de pesquisadora esta pesquisa revelou  momentos que desconhecia e interferiram na vivencia do brincar com objetivo pedagógico para o ensino  e aprendizagem pelas crianças no ambiente da educação infantil. O cuidado existia, as atividades com objetivo para o ensino e aprendizagem com o brincar não, a atenção com a criança havia, as atividades propostas para o brincar  voltado para o ensino e aprendizagem não foram realizados,  atividades tradicionais transcorriam, sem visíveis danos para aprendizagem. As crianças brincavam e o aprendizado com o brincar ficava em segundo plano.
Estas reflexões, fizeram mudar o rumo de uma docência voltada para a educação infantil no que tange o aprendizado por consequência de um passado, e um nova postura, mas seguro para que possa ser aplicado o aprendizado com o brincar, será com um novo olhar que as atividades serão propostas no ambiente da educação infantil, depois da pesquisa ira acontecer voltada para o brincar com objetivos pedagógicos para o ensino e aprendizagem.




  
5  ANALISE DOS DADOS

Os resultados encontrados durante a pesquisa não foram satisfatórios em sua totalidade. Desenvolvendo a atividade do passar a bola, foi analisando inicialmente o processo de aprendizagem durante a explicação, pois as crianças estavam compreendendo que a bola seria passada por baixo da perna. O aprendizado foi constatado com a prática da atividade, cada criança desenvolveu o brincar com a compreensão para se posicionar, pegar a bola, passar por baixo da perna e permanecer no lugar esperando a outra criança. Neste experimento o objetivo constatado foi que durante a explicação na rodinha os meninos e as meninas sabiam que iam brincar e qual era a atividade proposta.
A falta de objetivo para analise de dados voltado para o segundo experimento foi de forma sutil percebida quando as crianças conseguiram desenvolver a atividade desde o seu posicionamento até o desenvolver do brincar. Acreditando que está atividade foi a ferramenta que possibilitou o desenvolvimento do ensino e aprendizagem para a compreensão das regras para brincar e o posicionamento. As crianças sabiam que teriam de se dividirem em dois grupos para brincar e conseguiram se organizar em grupos de meninos e de meninas.  As crianças aprenderam a desenvolver o brincar. Está aula não foi preparada com um objetivo específico, o que contempla a observação e sensibilidade para descobrir  que o ensino e aprendizagem aconteceu.
No terceiro experimento as crianças foram observadas de forma aleatória, elas estavam escolhendo o que brincar as crianças não pediam um tipo de brincar, então as analises de dados foram constatados que aas crianças sabiam o que escolher para brincar, com que brincar e com quem brincar, para este momento as observações apresentadas acontece mediante a falta de um planejamento e organização para explorar o brincar com a literatura. Analisando a postura da profissional, no desenvolver da pesquisa apresentou falhas para conduzir este experimento de forma que o ensino e aprendizagem fossem contemplados explorando junto com a criança as palavras, as letras, as vogais, pois a leitura era a principal fonte do brincar.
A aprendizagem passou despercebida no momento em que a criança foi em busca do carro e de um livro, a postura da professora durante a pesquisa foi de não ter explorando o ensino para a leitura. Neste experimento, percebendo a falta de experiência para a conduta para o processo de ensino e aprendizagem. Analisando este momento o a postura da professora pode ajudar quando consegue ir em busca dos momentos proporcionados pela criança para ensinar, o que não aconteceu. Os dados da analise com o carro na hora do brincar não contemplou o objetivo que deveria ser trabalhado no ambiente da educação infantil, que era os meios de transportes. Os resultados observados poderiam ter sido satisfatórios, se houvesse a confecção de brinquedos que se tornariam a ferramenta para a aprendizagem com os meios de transportes para que o brincar pudesse ser explorados e o ensino e aprendizagem  acontecesse de forma pedagógica. 
O brincar com as letras neste experimento durante analise de dados percebe-se que não foram explorando a construção de palavras, bem como a separação das vogais e consoantes, pois o brincar com as letras deveria ser desenvolvido com a participação de todas as crianças no momento da rodinha. A etnopesquisa proporciona reconhecer as falhas que passavam despercebidas no cotidiano da educação infantil. Ao observar o brincar com as letras do alfabeto a professora não apresentou um planejamento com a organização, objetivando que, a ferramenta para a atividade fossem as letras para proporcionar o ensino e aprendizagem no momento da atividade. O celular foi outra ferramenta apresentada durante a pesquisa que não foi explorando como ensino e aprendizado, durante a pesquisa a professora precisava do instrumento para registrar as atividades e as crianças corriam para demonstrar o seu conhecimento. Mais uma vez falta de um planejamento acarreta em um desenvolvimento para o ensino e aprendizagem não foi satisfatório pedagogicamente.
Os dados colhidos com as observações voltadas para a comunicação com o brincar de telefonar foram analisadas mediante as observações. Faltou explorar a ferramenta para o ensino aprendizagem, que neste momento estava voltado para o telefone. Os meios de comunicação não foram trabalhados na hora do desenvolvimento com o brincar.
A reunião dos dados para analise aconteceram durante  o desenvolvimento da pesquisa no ambiente da educação infantil do grupo 5, com cinco meninos e cinco meninas e a turma do grupo 4 totalizando vinte e quatro crianças a pesquisa não foi satisfatória mediante a exigência da profissional se soubesse das falhas em momentos posterior, sabendo que somente o curso de Pós-graduação pode proporcionar  um olhar mais detalhista para a conduta profissional. As ferramentas para que o processo de ensino e aprendizagem tivesse êxito não foram trabalhados durante a pesquisa.  Foi uma pesquisa realizada com a educação infantil, em uma ONG, na qual apresentava problemas com a distribuição dos alunos no ambiente da educação infantil quando precisava juntar duas turmas por falta de professora. Acreditando em que uma nova postura pode ser apresentada, mesmo que em meios as dificuldades fez-se necessário a participação no curso de Pós-graduação e as orientações recebidas durante a construção desta pesquisa. Contemplaram a pesquisa crianças da educação infantil do grupo 5: ELST;  MCSL; TLNJ; KLSP; LLS; HLN; TDSN; MOA; CDCL e CDGM.




 CONCLUSÃO

Ao trazer este tema para pesquisa, como pesquisadora rememoro que o brincar ganha início no útero e que em nenhuma dessas etapas este momento pode ser interrompido, tendo em vista as consequências que o individuo, mesmo sem perceber pode viver no decorrer de sua existência, quando detectado em tempo as mudanças acontecem naturalmente, o brincar ganha luz. Para a temática sobre o  brincar:  instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05 é uma pesquisa que necessita de mais tempo para que as observações sobre o brincar, bem com as atividades desenvolvidas para a aprendizagem com o brincar possam, a partir do novo paradigma da pesquisadora serem explorado, tendo em vista as descobertas que foram sendo apresentadas durante o desenvolvimento da pesquisa. 
Como pesquisadora o processo de socialização no ambiente da educação infantil com o brincar necessita de uma conduta mais madura para que possam ser aplicado o ensino e aprendizagem de forma a adquirir resultados positivos com o brincar. Interessada pelo estudo do brincar como instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05 e as pesquisas realizadas ajudaram em um novo rumo a ser aplicado para a construção de um currículo com a participação das crianças para as atividades pedagógicas com o brincar, situações de responsabilidade que não aconteceu durante a pesquisa. A contribuição dos autores, e o memorial apresentado foram importantes para elucidar questões que não seria possível perceber no cotidiano sem o curso de especialização, cada etapa foi cuidadosamente trabalhada, pontos esclarecidos e dicas compartilhadas. Como professora pesquisadora, recebi uma atenção crescente para a melhor conduta no ambiente da educação infantil do grupo 5. Sendo assim se faz necessário a continuidade dos estudos.
Os estudos possibilitaram reflexões sobre a postura para o ensino e aprendizado dentro do ambiente da educação infantil do grupo 5, pois ao desenvolver as atividades com o brincar as metodologias não ficaram esclarecidas, mediante a necessidade de um novo olhar para este contexto, os meninos e as meninas não foram incentivados a brincarem para uma aprendizagem específica, como contar, reconhecer as cores, durante a pesquisa as crianças brincavam e durante o brincar a aprendizagem acontecia naturalmente, não havia um objetivo específico para o brincar nos dias de observação, as aulas aconteciam seguindo uma frequência natural, pois as condições não foram criadas para o ensino e aprendizagem com o brincar. Houve falha na conduta das atividades, não por negligência e sim por falta de experiência da pesquisadora em relacionar as atividades do brincar para o ensino aprendizado.
O negligenciamento teve como características a vivência histórica da pesquisadora, a falta de experiência para preparar um planejamento com a responsabilidade pedagógica, necessitando da continuidade dos estudos para um melhor desenvolvimento do trabalho em que acredita e poderá desempenhar um trabalho significante. Entendendo que o brincar  é o principal recurso para o ensino aprendizado dos meninos e meninas no ambiente da educação infantil para que possam desenvolver dimensões entre o racional, concreto, sensorial e o abstrato dentro de um sentido social de forma equilibrada, neste sentido, hoje vendo o brincar com a primeira etapa educacional e não como um momento para ocupar os espaços entre os intervalos educacionais dentro do ambiente da educação infantil.
Diante de um novo olhar para o brincar, com um nova postura da pesquisadora as situações pesquisadas atenderam um novo momento para compreender o brincar. A pesquisa não será afetada pelo afetivo pessoal e o social educacional terá dimensões pedagógicas, que foram perdidas durante está pesquisa.  Entretanto, vale ressaltar que a pesquisa tem como foco o brincar como instrumento de aprendizagem para as crianças do grupo 05, o que não foi possível encontrar na pesquisa os objetivos para as atividades observadas no ambiente da educação infantil. Buscando estudos para ajudar na pesquisa, que só poderão aflorar com a continuidade dos trabalhos para que se possa compreender os objetivos de cada atividade aplicada pela professora.
Sendo assim, compreendendo que a criança precisa de tempo, espaço e de atividades significativas para o aprendizado, e o brincar necessita ser proporcionado com qualidade e está qualidade inclui o preparo da pesquisadora para apresentar um brincar positivo e qualificado com os estudos de formação pedagógica. Faltou durante a pesquisa uma programação para o brincar com os meninos e as meninas, neste sentido a continuidade dos estudos é necessária.




   
REFERÊNCIAS

                                                              
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MACEDO, Roberto Sidnei. A etinopesquisa crítica e multireferencial – nas ciências humanas e na educação. 2004, 2º edição. Editora EDUFBA.

MACEDO, Roberto Sidnei;  AZEVEDO, Omar Barbosa. Infâncias~devir e currículo: a afirmação do direito das crianças à (aprendizagem) formação. EDITUS - Editora da UESP. Ilhéus, Bahia. 2003. P. 59 e 60.

REFERENCIAL NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. DISPONÍVEL: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf  ACESSO: 21/05/2016.
SANTOS, Luciana Lemos dos. TCC defendido – Organização e gestão do trabalho pedagógico: narrativas, histórias e saberes. Curso de Licenciatura em Pedagogia. Salvador. 2014. FACED: Faculdade de Educação. UFBA: Universidade Federal da Bahia. Informações para o memorial.

TAILLE, Yves de La, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS, Heloysa. 1992. Piaget, Vygotsky, Wallon – teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus.






APÊNDICE


        
     (ANEXO 1)      (ANEXO 2)  (ANEXO 3)   (ANEXO 4)         (ANEXO 5)  



         (ANEXO 6)                           (ANEXO 7)                        (ANEXO 8)

  
  (ANEXO 9)                          (ANEXO 10)                            (ANEXO 11)

       (ANEXO 12)                      (ANEXO 13)              (ANEXO 14)

 





 


 


 
   
        (ANEXO 15)                    (ANEXO 16)                 (ANEXO 17)



 


 


 


 
    
     (ANEXO 18)                (ANEXO 19)      (ANEXO 20)     (ANEXO 21)